ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-4-2008.

 


Aos dezesseis dias do mês de abril do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Mauro Zacher e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/08 (Processo nº 1947/08); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 065/08 (Processo nº 2131/08); pelo Vereador Dr. Raul, juntamente com o Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 075/08 (Processo nº 2358/08); pelo Vereador Ervino Besson, os Projetos de Lei do Legislativo nos 051 e 066/08 (Processos nos 1997 e 2154/08, respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 021/08 (Processo nº 2232/08); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 063 e 074/08 (Processos nos 2079 e 2291/08, respectivamente). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de n° 280/08, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 200/07 (Processo nº 5703/07), e de nº 282/08, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 021/08 (Processo nº 2548/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 280429, 280510, 315621, 318311, 324129 e 324738/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, dos Senhores Ernesto da Cruz Teixeira e Sérgio Zimmermann, respectivamente Diretor-Geral e Diretor da Divisão de Obras e Projetos do Departamento de Esgotos Pluviais – DEP. A seguir, o Senhor Presidente registrou o recebimento de Requerimento de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando renovação de votação da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Resolução nº 017/08 (Processo nº 1876/08), prestando esclarecimentos acerca do § 3º do artigo 196 do Regimento e informando que esse Requerimento seria devolvido a seu autor para coleta de assinaturas de todas as Lideranças Partidárias desta Casa, tendo o Vereador João Antonio Dib, Líder do PP, e a Vereadora Margarete Moraes, Líder do PT, manifestado-se contrariamente à renovação dessa votação. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 018/08. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que o Vereador Elias Vidal manifestou seu interesse em desistir do Requerimento anteriormente apresentado por Sua Excelência, de renovação de votação da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Resolução nº 017/08. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/08, por vinte e seis votos SIM, após serem discutidos pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, José Ismael Heinen, Professor Garcia, João Antonio Dib, Guilherme Barbosa, Bernardino Vendruscolo e Haroldo de Souza, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Comassetto, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Durante a apreciação dos Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/08, as Vereadoras Maria Celeste e Margarete Moraes e o Vereador Luiz Braz cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Carlos Todeschini, Carlos Comassetto e Claudio Sebenelo. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia oito ao dia onze de abril do corrente. Ainda, o Senhor Presidente parabenizou a Senhora Giovana Rigo, Diretora da Escola do Legislativo Julieta Battistioli, pela organização do seminário “O Agente Público em Campanha Eleitoral”, realizado na tarde de ontem nesta Casa, e registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Nelcir Tessaro, ex-Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 069/07, por vinte e quatro votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Dr. Goulart e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Aldacir Oliboni, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 080/08, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador José Ismael Heinen, na tarde de hoje, em solenidade destinada a assinalar o transcurso do ducentésimo aniversário do Exército Brasileiro, no 16º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado – 16º GAC AP –, no Município de São Leopoldo – RS. Também, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores para reunião com o Senhor João Carlos Brum Torres acerca do Fórum “Porto Alegre, uma visão de futuro”, a ser realizada às dezessete horas de hoje, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nilo Santos reportou-se ao pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, em Comunicações, durante a Vigésima Sétima Sessão Ordinária, sobre a nomeação do Senhor Nelcir Tessaro para Cargo em Comissão no DEMHAB. Nesse sentido, afirmou que Sua Senhoria continuará nesse órgão para contribuir com a experiência adquirida na sua direção e afirmou que prática semelhante foi adotada pelo Vereador Carlos Todeschini, quando deixou o DMAE. O Vereador Carlos Comassetto, contraditando o pronunciamento do Vereador Nilo Santos, em Comunicação de Líder, asseverou que a nomeação do Senhor Nelcir Tessaro para o cargo de Chefe da Equipe de Licitações e Contratos da Coordenação de Assuntos Jurídicos e Regularização Fundiária do Departamento Municipal de Habitação foi realizada de forma imoral. Além disso, formulou críticas ao Governo Municipal, sustentando que demandas do Orçamento Participativo não são atendidas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 049, 052, 059, 040/08, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Todeschini, e 058/08, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 038, 041/08, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Alceu Brasinha, e 055/08, discutido pela Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza discorreu sobre o número de carroças que circulam pelas ruas de Porto Alegre, alegando a importância de mobilização geral desta Casa para resolver esse problema social. Nesse sentido, justificou que as discussões sobre qual governo ou Partido Político realizou mais obras não são prioritárias em relação às necessidades e urgências da população da Cidade. O Vereador João Antonio Dib manifestou-se criticamente acerca da ocupação feita pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST – no prédio da Receita Federal de Porto Alegre, sustentando que o direito constitucional de ir e vir está prejudicado por esse ato. Ainda, reportou-se ao aumento no número de carroças na Cidade, relatando problemas ocasionados pela circulação desses veículos, como a violação das regras de trânsito e a sujeira nas ruas. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 010/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no lançamento da pedra fundamental da sede própria da Biblioteca Leverdógil de Freitas e comemoração do transcurso dos primeiros dez anos do Instituto Popular de Arte-Educação, realizado no dia de ontem, na Estrada João de Oliveira Remião, no Bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mauro Zacher exaltou o trabalho realizado pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Senhor Carlos Lupi, do Partido Democrático Trabalhista, citando projetos desenvolvidos por esse político para a qualificação profissional dos trabalhadores brasileiros. Nesse sentido, argumentou que essas ações contribuem para o crescimento econômico e são um fator positivo para atrair investimentos internacionais para o País. O Vereador Luiz Braz elogiou a gestão da Governadora Yeda Crusius, afirmando que o Rio Grande do Sul hoje se encaminha para uma situação econômica superavitária, com expectativas de empreendimentos em obras de infra-estrutura e retomada do desenvolvimento do Estado. Da mesma forma, saudou investimentos anunciados pela Aracruz Celulose Sociedade Anônima, para ampliação da unidade dessa empresa instalada no Município de Guaíba – RS. Em continuidade, o Vereador Alceu Brasinha formulou Requerimento verbal, solicitando Tempo Especial para pronunciamento nos termos do artigo 94, § 1º, letra “f”, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, asseverando que aproximadamente dois por cento da população brasileira é proprietária da maior parte das terras do País, atentou para as conseqüências sociais e econômicas desse quadro, em especial no atinente ao êxodo rural e ao crescimento dos índices de desemprego em áreas urbanas. Nesse sentido, debateu questões atinentes à função social da terra, salientando que esse conceito se encontra assegurado na Constituição Brasileira. Após, foi apregoado o Ofício nº 285/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município nos dias vinte e vinte e um de abril do corrente, para receber a Medalha de Honra da Inconfidência, em Ouro Preto – MG –, e solicitando autorização para ausentar-se do País do dia vinte e um ao dia vinte e sete de abril do corrente, quando participará do “Fórum sobre Urbanização Sustentável na Era da Informação”, na Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos da América. Também, foi apregoado o Ofício nº 014/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, na reunião-almoço “Meeting do Marketing – Inovação e Monopólio do Valor”, a ser realizada amanhã, às doze horas, na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – FEDERASUL –, em Porto Alegre. Às dezesseis horas e quarenta e seis minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do Sr. Ernesto da Cruz Teixeira, Secretário Municipal do Departamento de Esgotos Pluviais, e do Sr. Sérgio Zimmermann, Diretor. Sejam bem-vindos a esta Casa.

Peço a atenção dos Srs. Vereadores para a seguinte questão: o Ver. Elias Vidal assina Requerimento de renovação de votação do PR nº 017/08, que altera a Quota Básica Mensal dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras. Passo, portanto, a analisar a matéria. Primeiro, é legítimo o Vereador pedir renovação de votação quando a diferença for de até três votos, seja para mais ou para menos, e é o caso da matéria no que diz respeito à Emenda nº 02.

Diz o art. 196 do Regimento (Lê.): “O processo de votação poderá ser renovado uma só vez, mediante requerimento de Vereador devidamente fundamentado, aprovado pelo Plenário, na ocorrência das seguintes hipóteses: I - diferença de votos menor ou igual a três em relação ao quórum de aprovação de maioria absoluta e de maioria qualificada; II - diferença de votos menor ou igual a três entre os votos favoráveis e contrários, quando a matéria exigir maioria simples para a aprovação.” É o caso em tela, continuo (Lê.): “§ 1º. Não caberá renovação de votação de: I - redação final; II - proposição vetada; III - projetos aprovados na última sessão plenária da Legislatura; IV- projetos aprovados em votação simbólica. § 2º. Não caberá o adiamento de votação e a retirada de tramitação de matéria incluída na Ordem do Dia em renovação de votação. § 3º. Será admitida renovação de parte do processo de votação dos projetos, desde que respeitadas as conseqüências dessa nova votação, relativamente às demais proposições integrantes do processo, mediante a aprovação pelo Plenário de Requerimento subscrito por todas as Lideranças Partidárias”.

O Sr. Vereador fez o Requerimento, é Líder da sua Bancada. Estou devolvendo o Requerimento ao Sr. Vereador, que, até o final desta Sessão, deverá diligenciar junto às demais Bancadas. Se todas as Bancadas assinarem o Requerimento, ele será apregoado. Essa é a decisão da Presidência, baseado no Regimento da Casa; solicito que a Diretoria Legislativa, de imediato, dê conhecimento ao Sr. Ver. Elias Vidal.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, a Liderança do PP não vai assinar o Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; considerando toda a nossa coerência e toda a grande discussão que tivemos na Reunião de Mesa e Lideranças desde o início de janeiro, a Bancada do Partido dos Trabalhadores não vai assinar o Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não havendo inscrições para manifestações em Liderança neste momento, de imediato solicito a abertura do painel para verificação de quórum a fim de entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 018/08 – (Proc. nº 1587/08 – Ver. Guilherme Barbosa) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 14 de outubro de 2008, às 19 horas, destinada a assinalar o transcurso dos 200 anos do Banco do Brasil. (incluído em 26-03-08)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 018/08, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2062/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/08, que altera os artigos 1º e 3º da Lei nº 10.024, de 18 de julho de 2006, com a finalidade de promover a substituição do agente financeiro que autorizou o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-04-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 016/08. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 016/8.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras; Sr. Ernesto Teixeira, Diretor-Geral do DEP: na última semana, quando o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08 - tratam de mesma matéria, certamente os votaremos logo - vieram à Pauta, já traçava aqui, prezado Ernesto, a análise de que o nosso Partido, certamente, votará favorável, porque são recursos que têm que vir para o Município para serem aplicados em obras públicas, principalmente nas obras que evitam as cheias. Inclusive, neste final de semana, Ver. Dib, lembrei do senhor: no domingo, quando daquela chuvarada, passava na Av. Padre Cacique, próximo ao Estádio Beira-Rio, e lembrei o que o senhor dizia “Graças a Deus, não alaga mais”, pois neste domingo estava alagado ali perto do Estádio Beira-Rio.

Então, é preciso investir, sim, em obras de saneamento. Mas vejam só, meus senhores e minhas senhoras: este Projeto foi aprovado na Casa em julho de 2006, autorizamos o Município a receber os recursos da instituição financeira Banrisul. Isso em 2006! Nós estamos, Verª Maria Luiza, em 2008, portanto faz dois anos! E o Projeto volta à Câmara neste momento para mudar de agente financeiro, do Banrisul para a Caixa Econômica Federal, do Governo Federal, associada aos projetos do Ministério das Cidades; são Projetos relacionados ao saneamento básico e habitação. O Sr. Prefeito solicita, no Projeto que enviou a esta Casa, Ver. Luiz Braz, a troca, devido ao atraso burocrático-administrativo do agente Banrisul em realizar os financiamentos para com esta Capital.

Eu não posso entender por que um agente como Banrisul - do Governo da Srª Yeda Crusius, aliado político do Prefeito Fogaça - retarda os Projetos, prejudicando a Cidade. E esta Câmara agora tem de analisar novamente o Projeto, para requalificar o agente financeiro - a Caixa Econômica Federal -, relacionado, neste momento, com a política federal, que atende prontamente não só o Município de Porto Alegre mas todos os Municípios, independente de quem seja o Prefeito, se da oposição ou da situação.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, eu acho que o Prefeito age de forma absolutamente correta, ele tem que buscar os meios capazes de equacionar mais rapidamente o problema. Mas, se o Ver. Adeli Sell estivesse presente, eu pediria o testemunho dele, e ele diria que está absolutamente certo o Prefeito José Fogaça.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, eu pergunto ao Secretário Ernesto, que está aqui: esses 38 milhões, que nós aprovamos desde 2006, já não deveriam ter sido aplicados na Cidade? Claro que sim! O Prefeito pode estar correto, mas esperar dois anos de uma negociação que não se realiza para mudar o agente financeiro? Olha, eu seria mais rápido. Eu seria mais rápido! Não deixaria passar todo esse tempo. A Cidade não precisa de lentidão; a Cidade precisa de eficácia. E aí teria que cobrar, sim, do Banrisul por que ele não analisou esses Projetos, por que está demorando tanto tempo. E o Prefeito justifica no seu pedido - e damos razão para o Prefeito, claro que sim! - que está trocando o agente financeiro porque o Banrisul não atende administrativamente a cidade de Porto Alegre. Bom, há um equívoco aí, há um erro aí! Está escrito isso no Processo, na Justificativa que o Prefeito Municipal enviou a esta Casa.

A nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, novamente votará, Secretário Ernesto, favorável, sim, para que o Município receba o mais rapidamente possível, porque com a Caixa Econômica Federal temos a garantia de que a política do Governo Federal se efetiva com rapidez. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicitaria a V. Exª que fosse estudada a possibilidade de discutir e votar os dois Projetos simultaneamente, PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08, porque tratam de mesma matéria, e parece que há a concordância de toda a Casa na aprovação dos dois Projetos.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Se tiver o acordo de todas as Lideranças, a Presidência procederá dessa forma. Caso contrário, não.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2063/08 –PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/08, que altera os artigos 1º e 3º da Lei nº 10.181, de 03 de abril de 2007, com a finalidade de promover a substituição do agente financeiro que autorizou o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de R$ 35.758.650,00 (trinta e cinco milhões, setecentos e cinqüenta e oito mil, seiscentos e cinqüenta reais).

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-04-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; nossa Líder, Verª Margarete Moraes, em especial; eu acho que é correto o acordo, porque os Projetos são de mesma natureza, versam sobre a mesma matéria. E nós estamos aqui numa discussão, Ver. Guilherme, que nos dá alegria e é muito positiva. Saúdo o Dr. Ernesto Teixeira, Diretor-Geral do DEP, e o Engenheiro Sérgio Zimmermann, Diretor.

Nós tivemos passagem pelo DEP, e nos deixa bastante satisfeitos, bastante orgulhosos estas obras que estão incluídas no programa: as substituições das redes da Av. São Pedro e do entorno, um problema que demandado há 30 ou 40 anos, devido não só à antiguidade mas à precariedade daquelas redes, tomadas das raízes que formam xaxins e que dificultam o escoamento local. Em especial, lembro muito da ida da liderança do Orçamento Participativo da Região Centro, a Srª Neuza Amoretti, que liderava aquele grupo de pessoas que sofriam com os alagamentos na Rua Santa Teresinha, na Rua Laurindo, nas ruas do entorno do bairro Santana. Infelizmente, durante muitos anos, não tivemos apoio, financiamento e aporte de recursos de fora, porque os financiamentos estavam proibidos, eles não existiam, não era possível fazer obras de vulto, a exemplo da 3ª Perimetral, do Conduto Forçado Álvaro Chaves e de muitas outras obras estruturais da Cidade que debelaram problemas históricos de inundações e de alagamentos.

Então, nós temos aqui a felicidade de estarmos trocando o órgão, porque, sim, tem atraso, tem uma dificuldade de operação o Banrisul, e, graças ao Brasil novo, temos a Caixa Econômica Federal, que tem uma outra dinâmica, é operadora do PAC do Governo Lula, que há quinze dias veio a Porto Alegre anunciar o investimento de 500 milhões de reais nos programas de infra-estrutura de saneamento, e o principal deles trata da despoluição do Guaíba, também há a drenagem, a proteção contra as cheias e habitação popular. Isso nos dá alegria, dá-nos muita satisfação e esperança.

Nós administramos o Governo em Porto Alegre por 16 anos, tenho orgulho de dizer que fiz parte das lideranças, e, na época, estava lá no DEP o Ferronato, que também participou ativamente. Nós fizemos toda uma luta pela privatização da água e do saneamento; fizemos a luta pela criação do Ministério das Cidades; elegemos o companheiro Olívio Dutra em consenso, todas as entidades, a Frente Nacional pelo Saneamento, a Assemae, que edificaram os programas para sanear o Brasil, entre eles está o Saneamento para Todos, que está incluído no PAC, que vem, a partir de uma organização do Estado e das políticas públicas, produzir resultados para efetivamente transformar a vida daquelas pessoas que não têm outra esperança senão a de um investimento público de vulto. Aqui nós temos outras obras importantes incluídas, como a do pôlder da Vila Minuano, que foi anunciada da boca do Presidente, e há outras obras estruturais ou infra-estruturadoras importantíssimas, fundamentais, que vão melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas.

Então, nós vivemos um momento especial no Brasil, que, durante 29 anos, só era devedor, só pagava juros da dívida externa. Felizmente, com o Governo Lula, nós pudemos acabar com a dívida externa, sanar as finanças do País, reorganizar o Estado e fazer com que o investimento público e a luta pela não-privatização, em especial, da água e do saneamento produzissem resultados que levaram à organização do Ministério das Cidades, com a liderança do então Ministro Olívio Dutra à época e, agora, com o Ministro Márcio Fortes dando continuidade. Nós temos uma significativa, uma qualitativa mudança na qualidade das políticas públicas, fazendo com que o recurso público vá atender as comunidades, que, assim, podem ter a sua vida melhorada, através da qualificação do saneamento básico. Deixo aqui essa manifestação, porque vivemos um momento importantíssimo e especial. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo Licença de Tratamento de Saúde, relativa aos dias 08, 09, 10 e 11, do Ver. Claudio Sebenelo, está anexado o devido atestado médico.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há dois Projetos de origem do Executivo solicitando a mudança do agente financeiro, e nós temos todo o cuidado no trato de uma situação extremamente delicada, e esse contratempo nos oferece o prazer da presença do Engenheiro Chefe do DEP e do Dr. Ernesto Teixeira, que é um irmão, um amigo, uma pessoa que está sempre aqui nesta Casa, junto a esta Casa, tentando resolver os problemas da Cidade com um grande espírito público.

Muitas vezes o administrador público se vê nessa contingência, delicada muitas vezes e, em outras, indelicada. Eu quero lembrar aos Srs. Vereadores - não se isso é uma questão de legislação ou de boa vontade - que nós, aqui nesta Casa, somos muito mal servidos do ponto de vista bancário. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul nos presta um trabalho que está certamente na pré-história do sistema bancário. Enquanto que outros bancos particulares vão às casas dos clientes buscar os depósitos, os saques, as retiradas, proporcionam todas as mordomias para os depositantes, nós aqui conseguimos, a duras penas, transformar o movimento anual em mais ou menos 80 milhões de reais. E, por qualquer dez milhões, se abre uma agência de um banco particular, Ver. Sebastião Melo, então deveriam transformar esta Casa, pelo menos, na sede de uma agência bancária.

Pois nós somos um posto avançado, com uma série de direitos sonegados aos depositantes. E, principalmente, de tamanha importância política, de tamanha importância financeira, e 80 milhões por ano não é qualquer agência bancária que movimenta. Dentre as dificuldades que temos, essas são atenuadas apenas pelo excelente nível e boa vontade dos funcionários, algo que é indiscutível, que é, no mínimo, comovedor, tentando dar cobertura a outra cobertura, que é necessária e que não é feita, porque o Banrisul deixa muito a desejar na morosidade e no trato bancário, absolutamente anacrônico e superado. Nós poderíamos, há muito tempo, estar em condições bancárias muito melhores com o volume do movimento arrecadado. E faço um congraçamento e um pedido ao Sr. Presidente desta Casa: que volte a estar com autoridades do Banrisul, no sentido de transformar o posto avançado desta Casa em agência da Câmara de Vereadores, o que há muito tempo já se merece ou então mudar para uma outra instituição, mesmo que seja oficial, mesmo que seja federal.

Por outro lado, essa alegação do Sr. Prefeito de que os recursos não foram liberados em função da demora na tramitação interna do agente financeiro Banrisul é alguma coisa que nos deixa constrangidos diante dos resultados da grande felicidade e euforia financeira que existem junto ao Banrisul. Quando chega uma questão do DEP, uma questão de saneamento, uma questão de drenagem, que causa prejuízo à população local, questões de meio de transporte, de comércio e de infra-estrutura urbana, essa mesma euforia não é passada para os seus contribuintes, para os seus clientes e, principalmente, para aqueles que mantêm a vida do Banrisul, como é, por exemplo, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que, além de tudo, é uma excelente pagadora. Por isso, então, eu conclamo, esperando a compreensão de todos os Vereadores, à que aprovemos, em bloco, esses dois Projetos do Executivo, Projetos que não só merecem aprovação, mas principalmente livram o Executivo do Município de Porto Alegre das agruras de uma morosidade e de uma intolerância das estruturas bancárias em relação às necessidades de uma população já tão sofrida.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; nobres Vereadores e Vereadoras, inicialmente quero cumprimentar o Dr. Ernesto Teixeira, Secretário do DEP, que está aqui presente, e aproveito, nobre Secretário, porque não tive essa oportunidade pessoalmente, para parabenizá-lo pela inauguração do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que bem demonstra a nossa simpatia, a nossa convicção, a nossa amizade, acreditando no trabalho do Secretário.

Sobre os empréstimos, meramente estamos trocando o Banrisul pela Caixa Econômica Federal, não há por que não aprovarmos o Projeto, porque o tomador sabe o que é melhor para ele, o que se torna mais ágil, nem que fosse para buscarmos no Governo Federal dois milhões de reais, e o Banrisul daria outro empréstimo de dois milhões aqui nas outras cidades do nosso Estado; isso já justificaria a troca do doador desse empréstimo. O que quero abordar aqui é que é um Projeto que vai mexer na infra-estrutura pluvial da nossa Cidade. Vejam o que, em todas as metrópoles do Brasil - São Paulo, Rio de Janeiro, em todas as grande cidades -, as águas da chuva estão fazendo com a população, com os moradores dessas cidades. Temos que partir, logicamente, com investimento maciço para mudarmos a ótica da Administração Pública de apenas desentupir os bueiros quando a rua ou o bairro está alagado. Nós temos que chegar a uma política de termos os bueiros sempre limpos esperando a água da chuva. Essa, sim, seria uma Administração, como tenho dito diversas vezes aqui, pró-ativa, prevendo os problemas futuros da Cidade.

Eu tenho certeza, Sr. Secretário, que esses dois milhões têm muito a ver com essa preocupação em relação aos encanamentos de água de nossa Cidade - encanamentos de 1924 ainda conduzem água em Porto Alegre, sujeitos, de uma hora para outra, a trazer aborrecimentos para a comunidade de Porto Alegre, como aconteceu recentemente. A infra-estrutura, a água, tudo isso é saúde, é uma preocupação; a infra-estrutura é necessária. Através dos Democratas, de seu Líder, este Vereador, o Projeto terá a aprovação, para trocarmos o agente financeiro. Parabéns ao DEP; Secretário, parabéns! Que tenhamos outras obras de vulto ainda que eu seja partidário de um projeto muito simples para a nossa Cidade, não pude apresentá-lo porque já há um tramitando nesta Casa há quatro anos, que é o de microbacias de contenção de água da chuva. Desenvolvi um projeto assim lá no Clube Geraldo Santana e resolvi o problema das enxurradas dentro do Clube e também para fora, inclusive com economia para o Clube. Seria uma economia para os condomínios, e, com certeza, a nossa Cidade não sofreria o impacto que outras cidades estão sofrendo se adotarmos essa política de microbacias de contenção. Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Antes de passar a palavra para a discussão da matéria, faço em nome de toda Casa um cumprimento muito especial à Diretora da Escola do Legislativo Julieta Battistioli, Giovana, que conduziu ontem brilhantemente aqui um grande debate não só para os agentes públicos desta Cidade, mas também de todo o Rio Grande, quando tivemos o nosso Plenário lotado. Receba nosso aplauso e nossos cumprimentos, Giovana. (Palmas.)

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; caro Diretor do DEP, Ernesto Teixeira; prezado Sérgio Zimmermann, Engenheiro do Ano, este Projeto é muito simples, troca apenas o agente financeiro - os dois Projetos, Ver. Dib, V. Exª solicitou que votássemos juntos. Na realidade são se trata da questão de a Caixa Econômica ser o Brasil novo, trata-se de termos condições de contrair empréstimos. Quem paga isso aqui não é o Governo A nem o Governo B, quem paga os empréstimos é o povo de Porto Alegre por 20 anos! Então temos que ser mais claros. Na realidade, este Projeto tem muito a ver com a questão do saneamento básico, principalmente com a questão da Saúde.

E, por falar em Saúde, quero informar que o Secretário Eliseu Santos nos ligou. Eu queria convidar a Verª Neuza, como Presidente da Comissão de Saúde, e o Ver. Aldacir Oliboni, que vem sendo crítico, para as 15h assistirem à entrega da contraprova do Instituto Adolfo Lutz pelo Secretário do Estado ao Secretário do Município, dizendo que não há dengue naquela pessoa - mais uma vez mostrou que não há nada. Eu estou convidando-os, porque são pessoas que estão sempre cuidando, monitorando, e eu acho que é importante, neste momento, ir até a Prefeitura, onde a contraprova será entregue pelo Secretário Osmar Terra. Porque, na realidade, a preocupação é de que, daqui a pouquinho, estejamos fazendo todo um plano que deixará a Cidade em alerta. Eu acho que a Cidade tem que estar em alerta, o Estado tem que estar em alerta, o Brasil tem que estar em alerta, mas não podemos tratar essa situação de outra forma. Então, por isso quero fazer esse registro.

E ao mesmo tempo quero parabenizar: que bom que a Caixa Econômica, uma instituição séria, com credibilidade, com mais de um centenário, vai favorecer! Mas eu volto a dizer que quem paga essa conta não é o Governo A, não é o Governo B, quem paga essa conta é o povo de Porto Alegre, que está contraindo, através do Executivo, um empréstimo para os próximos 20 anos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, eu estava ouvindo aqui a manifestação do Vereador que me antecedeu, e esses investimentos que estão sendo feitos na Cidade são saudados por todos. Agora, não podem passar em branco algumas coisas que foram ditas, Ver. José Ismael Heinen, porque não significa que as redes antigas não tenham utilidade. Foi iniciado um programa, inclusive quando o Ver. Guilherme era Diretor do DMAE, de substituição das redes, para que se tivesse maior eficiência nos serviços de distribuição de água em Porto Alegre. Então, não é porque uma rede é antiga que obrigatoriamente ela vai fugar, vai vazar, vai romper, esses problemas são de outra natureza. Aliás, amanhã nós teremos um debate na TVCâmara, com o Diretor do DMAE, quando esse tema será discutido.

O que eu quero dizer com isso é que, se dependesse do antigo PFL, hoje DEM, o que nós teríamos é o sistema de saneamento todo privatizado no Brasil. Fernando Henrique, quando Presidente, havia entregue a água para o FMI - o Memorando nº 30, do ano de 2000, ao FMI entregava o serviço de água e saneamento. Então, não venha aqui querer dar qualquer lição, porque ninguém fez tanto pelo saneamento quanto nos anos em que estivemos à testa do Departamento Municipal de Água e Esgotos, eu e vários dos meus antecessores que estão aqui. O fato de uma rede ter 80 ou 90 anos não quer dizer que obrigatoriamente ela está inútil ou esclerosada, tanto é que operou durante oitenta e tantos anos e não rompeu. Essa é a questão que está colocada. O problema é que alguns lutaram para desmontar o País, para entregá-lo à meia dúzia de multinacionais, aos banqueiros internacionais, para fazer privatizações, como fizeram no serviço de telefonia e em outros serviços públicos essenciais. Estavam fazendo isso também com a água e com o saneamento, felizmente esse caminho foi interrompido a tempo, e esse setor foi revitalizado a partir do Governo Lula, criando-se uma condição de investimento público para a revitalização do Estado, da válvula do emprego e da Saúde Pública. Evidentemente, essa é uma questão de Saúde Pública, porque a drenagem é também um dos elementos integrantes, juntamente com os resíduos sólidos, com o esgotamento sanitário, com o controle de vetores e com a distribuição de água - composição dos cinco elementos basilares para deixar um ambiente saneado na totalidade.

Agora, não é aceitável que quem fez de tudo para afundar este País com suas políticas nefastas venha fazer aqui qualquer cobrança ou proclamação de virtude e de moral. Porque, nessa questão, política não existe; não existe porque, se dependesse deles, se dependesse do PSDB e do DEM, nós teríamos toda a água e todo o saneamento privatizados, e o povo abandonado. Por exemplo, a drenagem não dá lucro para ninguém, diretamente; não é uma conta de arrecadação; mas é uma conta, sim, direta, porque saneamento vai se refletir em Saúde, em qualidade de vida, em economia nos hospitais. Agora, isso está acontecendo porque o Brasil fez opções claras. Investir em saneamento é investir na infra-estrutura social! Não são os ricos que dependem principalmente do saneamento, são as periferias das cidades, é a cidade informal, são os moradores das áreas mais insalubres. Porque ali eles ocuparam a terra por não haver outra para eles habitarem, porque ali foi o que o bolso alcançou. Muitas vezes são áreas inundáveis, áreas alagadas, áreas de difícil saneamento, mas que este Governo, o Governo Lula, teve a coragem de revitalizar o Brasil. Fizemos, sim. Nunca ninguém fez tanto como nós - o Governo Federal e a Administração Popular - em todos esses anos, quando se criaram as condições para se chegar aonde se chegou. Inclusive, esses Projetos que estão aqui, cujos recursos estamos aprovando, foram todos desenvolvidos na época da Administração Popular, e agora, no atual Governo, felizmente é possível alcançar esses recursos, porque eles estão disponíveis nos órgãos de financiamento. Isso tem que deixar todos felizes, porque quem vai ganhar com isso tudo é o povo de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar que o Ver. Elias Vidal, num gesto de grandeza, se dirigiu à Mesa dizendo que é sua intenção desistir do Requerimento que solicita renovação de votação do PR nº 017/08. Acolho a sua solicitação. Receba o cumprimento por sua atitude grandiosa, Ver. Elias Vidal. Obrigado, Vereador.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, agradeço à nossa Líder, Verª Margarete Moraes, pela cedência de seu tempo.

Volto a esta tribuna para aqui continuar esclarecendo a opinião pública e fazendo, sim, um contraponto ao Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, que veio aqui fazer uma referência no sentido de que não era o fato de um agente financeiro ou outro, não era a troca dos agentes financeiros a essência do Projeto. Quero, Ver. Garcia, tratar aqui da eficácia da Administração Pública. Esse é o tema que está em discussão, porque, como já referi aqui ao Diretor do DEP, a nossa Bancada vai votar favoravelmente, assim como votou, há dois anos, o Projeto.

Ver. João Antonio Dib, também acho que o Prefeito Fogaça está agindo corretamente, só que totalmente extemporâneo, totalmente vagaroso, porque dois anos depois que aprovamos o Projeto na Câmara é que é pedida a retificação. Vejamos o que diz S. Exa., o Prefeito Fogaça, na Justificativa que manda a esta Casa (Lê.): “Estes recursos financiarão obras essenciais à Cidade em regiões que apresentam sérios problemas de drenagem com prejuízo à população local, aos meios de transporte, ao comércio e à infra-estrutura urbana. Como os recursos ainda não foram liberados em função da demora na tramitação interna do agente financeiro Banrisul, foi solicitada à Secretaria do Tesouro Nacional a troca do agente financeiro para a Caixa Econômica Federal, o que foi autorizado”. Essa é a questão que nós estamos discutindo aqui, Ver. Professor Garcia, que é a eficácia do serviço público em atender às demandas de uma cidade.

Portanto, a obra que o Arquiteto Zimmermann coordenou, o Conduto Forçado Álvaro Chaves, diz respeito a projeto e a recursos que ficaram prontos na nossa Administração, e ótimo que foi feita uma boa execução! Nós vamos aprovar esta autorização aqui, uma no ano de 2006 e outra no ano de 2007, mas será que esses recursos já não deveriam estar sendo aplicados também para resolver esses problemas que o Sr. Prefeito identifica aqui como carentes na cidade de Porto Alegre? É claro que sim. Mas o que acontece? Nós estamos voltando a discutir essa autorização em 2008, portanto dois anos depois de um trabalho que este Legislativo fez, de uma aprovação que este Legislativo fez, e o agente financeiro do Estado do Rio Grande do Sul, que atende a um projeto político, sim, não atendeu ao Município de Porto Alegre, e agora há uma transposição para o Governo Federal, porque sabem que o compromisso político do Governo Federal é atender a esses financiamentos.

Portanto, Ver. Professor Garcia, a essência não é o agente financeiro, é o projeto político e a sua gestão! Por que esse recurso não entrou em caixa, se esta Câmara autorizou o Município em 2006, em 2007, para captar 37 milhões e 558 mil reais? Isso é ineficiência administrativa do Executivo Municipal em tratar os projetos de financiamentos, como também é ineficiência administrativa do Banrisul. Ou será que o Banrisul está riscando Porto Alegre das suas relações financeiras porque foi trocada a folha de pagamento do Banrisul para a Caixa Econômica Federal? Será que é isso? Portanto, nós não estamos discutindo aqui a validade desses recursos e a necessidade desses recursos. Votaremos, sim, favoravelmente, mas estamos discutindo aqui a postura da gestão pública, que demorou dois anos para ver que um projeto não vai ser atendido por um agente financeiro para fazer a sua troca, enquanto isso os alagamentos continuam ocorrendo na Cidade, enquanto isso as adutoras continuam rompendo por estarem esclerosadas. Essa é a nossa posição, a do Partido dos Trabalhadores, votaremos favoravelmente, mas temos de cobrar, sim, a morosidade da Administração Pública Municipal e Estadual em não efetivar esses Projetos de financiamento para a Cidade. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o Projeto de Lei do Executivo nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a Câmara Municipal vive um momento de grandeza política e deveria usufrui-lo na sua integralidade, mas não está fazendo isso. Na verdade, não vou ser modesto neste momento, conheço, melhor do que ninguém, a história do Departamento de Esgotos Pluviais. Fui o último Diretor do DMAE que teve responsabilidade sobre o esgoto pluvial, juntamente com o esgoto cloacal e com a distribuição de água. Desde então, venho acompanhando o DEP.

Também acompanhei execuções orçamentárias ao longo de todos os 16 anos e poderia contar histórias. Mas não é isso o que nos importa. O que importa é que a Câmara Municipal, demonstrando grandeza, vai aprovar as duas propostas do Executivo no sentido de trocar de agente financeiro, para que o problema se resolva. Quais as razões que dificultaram no Banrisul? Elas não estão em questão neste momento. O que precisamos saber é que a questão será resolvida tranqüilamente, e isso é muito bom para nós, e a Câmara Municipal está mostrando que se tornou adulta e grande.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador) Está corretíssimo na sua opinião de que a Câmara Municipal vai atender novamente e votará a aprovação, mas tem de dizer que esta Câmara Municipal já aprovou o Projeto em 2006 e 2007, portanto há dois anos está sem a sua efetivação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Comassetto, parece que eu falo um português muito sofisticado, talvez, para Vossa Excelência. Eu apenas disse que estamos dando uma demonstração de grandeza, quando aprovamos a mudança de agente financeiro, independentemente das razões que levaram a mudar, razões que não conhecemos; só sabemos que existem dificuldades, e os Projetos foram aprovados. Nós vamos renovar a nossa aprovação sem nenhum problema, pela unanimidade dos Vereadores, porque todos nós aqui estamos preocupados com a realização do bem comum, com a realização dos bons serviços para esta Cidade. Eu disse que não faria análise da execução orçamentária dos 16 anos, que eu também seria capaz de fazer, mas não importa isso agora, o que importa é que metade desses recursos aprovados em 2006 e 2007, já que isso satisfaz, serão para o Departamento de Esgoto Pluvial. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Sebastião Melo, nosso Presidente; demais colegas Vereadores e Vereadoras, também quero cumprimentar o Diretor-Geral do DEP, Sr. Ernesto Teixeira, assim como o Zimmermann, que é o Diretor Técnico, e demais pessoas que nos acompanham.

Neste momento quero destacar dois itens, um deles já destaquei na Sessão passada, porque eu creio, sim, que são aspectos relevantes. Eu tenho aqui recortes de dois jornais do dia 14 de fevereiro, Zero Hora e Correio do Povo. No Correio do Povo consta a seguinte matéria (Lê.): “Banrisul perto do clube de um bilhão de reais. Lucro líquido do Banco alcançou 916,4 milhões em 2007. O valor representa alta de 153,4% ante o ano anterior.” No jornal Zero Hora do mesmo dia (Lê.): “Lucro recorde do Banrisul chega a quase um bilhão de reais.” Então, quero registrar que esse Banco continua público, continua dos gaúchos porque, em 1998, se elegeu uma pessoa chamada Olívio Dutra, porque, se tivesse sido reeleito o Governador Antonio Brito, isso aqui já seria passado, nós não contaríamos mais com esse estabelecimento bancário importante, que pode cumprir um trabalho relevante para o nosso Estado. Então, quero marcar esse aspecto, de que não se privatizou o Banrisul por causa do Governador Olívio Dutra.

Em segundo lugar, propõe o Prefeito e pede à Câmara a aprovação - vamos aprovar - da troca do agente financeiro. Uma lei já tem dois anos, a outra um ano, e o Prefeito pede que seja trocado do Banrisul para a Caixa Econômica Federal. Quero deixar registrado que nunca neste País, e aqui repito a fala do Presidente, houve tantos recursos orçamentários - vem do PAC por meio dos agentes financeiros do Governo Federal, a Caixa Federal e Banrisul - para investimento em infra-estrutura e, no caso do Banco do Brasil, em agricultura.

Fui Diretor-Geral do DMAE, e quando nós pensávamos, em 1989 a 1992, num Projeto de maior porte, tentando antecipar o investimento necessário para a Cidade, porque o Departamento não tinha recursos próprios, necessariamente tínhamos de pensar num agente financeiro internacional, porque não havia no País a possibilidade de financiamento, Ver. Haroldo de Souza. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso aprovou uma lei no Congresso Nacional proibindo à Caixa e ao BNDS, os dois que financiam infra-estrutura, de financiarem para os órgãos públicos. Isso é uma verdade, isso precisa ser resgatado na história do Brasil: podia investir na iniciativa privada, mas não podia financiar os órgãos públicos que trabalhavam com saneamento. Portanto, para um Projeto grande, nós tínhamos de ir atrás de um agente financeiro internacional, Ver. Bernardino. Eu queria marcar isso. O Projeto vai ser aprovado e terá o nosso voto também, só estranhamos, sim, que a Prefeitura deixou passar dois anos, e o caso esperando, esperando, esperando, sem ter tomado uma iniciativa mais rápida. Aliás, eu já tenho dito que, com raras exceções, o Governo Fogaça tem a velocidade de uma tartaruga manca. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença, no plenário da Casa, do ex-Diretor do DEMHAB, Nelcir Tessaro.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Secretário do DEP, Ernesto da Cruz Teixeira; Engenheiro Zimmermann. Quero, Presidente, fazer uma defesa do Banrisul, mas não defender o seu Presidente, Secretário Ernesto Teixeira, não; quero defender os trabalhadores do Banrisul, porque, quando fazemos aqui uma discussão em cima do Banrisul, estamos atingindo os seus colaboradores, os seus funcionários, e esses são os que levam o Banrisul. O Sr. Fernando Lemos é o homem que tira fotografia, e o problema que houve, se é que houve, é um problema político. Quem resolve problema político e quem decide problema político é o Presidente do Banco. Então, os empregados, os funcionários, enfim, o quadro funcional do banco não merece nenhuma crítica, pelo contrário, somente elogios. Se formos olhar o atendimento que o Banrisul nos dá em comparação a outros bancos, temos que elogiar seus funcionários; esse é primeiro ponto.

Agora, se o Governo Fogaça anda a passo de tartaruga, prezado Vereador, ao menos ele anda para frente, pior seria se andasse de ré, e conhecemos alguns Prefeitos que passaram por esta Cidade, não faz tempo, que andavam de ré. Então, quero apenas fazer esta ressalva: está devagar, mas está indo para frente; outros iam com mais velocidade, mas de ré, só na marcha a ré.

Para finalizar, Sr. Presidente, quero dizer que é lamentável quando uma instituição, por uma decisão política do seu Presidente, recebe tamanhas críticas, deferências negativas como as que fizeram ao Banrisul. Nós todos conhecemos o quadro funcional do Banrisul, um quadro de altíssimo nível, por isso faço esta defesa: façam críticas ao Presidente do Banco, mas não ao Banrisul no seu todo, caso contrário estarão atingindo o seu quadro funcional, que, para nós, com todo respeito, merece destaque até pelo crescimento do Banco, o que não é mérito do seu Presidente, não; é mérito do seu quadro funcional. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08, por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este plenário está necessitando com urgência de um cirurgião plástico que seja a fina flor da cirurgia plástica, que ele consiga, com a sua habilidade cirúrgica, com a delicadeza do seu bisturi, disfarçar o sorriso de felicidade de um certo Vereador, que, às escancaras, mostra a sua indisfarçável felicidade quando noticia um alagamento na cidade de Porto Alegre, na frente do Beira-Rio. Ele está feliz porque acumulou água na frente do Beira-Rio. Aliás, o Beira-Rio tem acumulado uma porção de coisas. Talvez o cirurgião plástico possa disfarçar um pouco esse indisfarçável e absolutamente sádico sentimento de felicidade. E vai continuar havendo alagamentos na cidade de Porto Alegre, porque ninguém faz milagres. O milagre foi feito com o Conduto Forçado Álvaro Chaves, mas outras regiões da Cidade precisam também de verbas. Agora, isso não é motivo de felicidade, deveria ser motivo de solidariedade e de ajuda, Ver. Todeschini.

Eu também não reconheço essa voracidade, essa fúria contra um Presidente da República, o Fernando Henrique Cardoso, que honrou esta Nação, honrou este País. Política não se faz com esse ódio e com essa enlouquecida forma de tentar, de uma forma destrutiva, por exemplo, esquecer que hoje o Brasil vive uma estabilidade monetária em conseqüência de uma nova organização monetária nacional, que o Presidente da República do Partido de V. Exª segue absolutamente à risca. E eu não sei por que o ódio; política se faz com crítica, política se faz com alegação, política se faz, indiscutivelmente, com antagonismos que levam ao debate, e até as divergências podem ser de conseqüências mais graves. Mas essa forma de destruir, achar que destruindo a idéia e o vulto anterior faz com que nós tenhamos alguma coisa de melhor lá na frente, não! Quem sabe vamos “dar a César o que é de César”, pelo menos no mérito que teve. Ora, seria assim uma sandice de um Presidente da República achar que vai privatizar tudo, que vai vender tudo, que vai atirar tudo pela janela. Ora, isso não faz parte da história do Presidente Fernando Henrique Cardoso, e não faz parte, também, do seu talento, do seu brilho e da sua competência; há muito mais argumentos para trabalhar nessa área do que propriamente fazer esse tipo de crítica.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. De maneira nenhuma, Ver. Sebenelo, se trata de discriminação, de ódio, raiva ou revanchismo, em absoluto. Há coisas que têm continuidade no atual Governo, e uma delas é a estabilidade da moeda, que é uma conquista importante, sim, é criação do Governo anterior e uma conquista da Nação, está incorporada. Mas há outras demarcações, outras afirmações de políticas, que diferenciam de forma importante, como, por exemplo, a revitalização do Estado Brasileiro e o fortalecimento do investimento público, principalmente na área de infra-estrutura, de saneamento e na área social. Essas são demarcações importantes, elas são realidade. Obrigado pelo aparte.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu que agradeço o aparte, foi precioso.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, nós corremos contra o tempo para a aprovação deste Projeto, e eu gostaria que deixássemos os discursos, que já estão caindo só para a parte política, para que, realmente, a gente seja útil - útil à sociedade de Porto Alegre, à cidade de Porto Alegre.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Vereador, eu só quero deixar registrado, primeiro, que este é um Parlamento, e aqui se fala, aqui se discursa. E esse discurso, indiscutivelmente, é feito, inclusive, por pessoas que têm serviços prestados a esta Cidade, que se preocupam com a Cidade - e são tão trabalhadores, e são tão freqüentes, e são tão responsáveis como qualquer um dos 36 que atuam aqui. Então, não aceito a crítica, quero lhe dizer que faço com muita alegria este discurso, defendendo, inclusive, a posição de que talvez só um cirurgião plástico possa resolver.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu não vou cair em contradição, eu vou ser rápido. Nós estamos discutindo aqui um Projeto que precisa chegar às 4h não sei bem aonde. Só sei que todos vão aprová-lo: tanto o Partido dos Trabalhadores como a oposição e a situação já falaram que este Projeto vai ser aprovado. Então, a gente aprova o Projeto, Ver. Claudio Sebenelo, e depois V. Exª pode usar quantas vezes quiser este plenário para falar de Fernando Henrique, de Lula, de quem bem entender. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, está encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Comassetto, em bloco, conforme acordo entre as Lideranças, o PLE nº 016/08 e o PLE nº 017/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADOS por 26 votos SIM. (Palmas.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2218/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui, na rede pública municipalizada do Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade da disponibilização do exame de dosagem sérica do antígeno prostático específico (PSA) a todo cidadão com mais de 40 (quarenta) anos de idade e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relatora Verª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 07-04-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 069/07. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLL nº 069/07.

 

O SR. DR. GOULART: Meu prezado Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que bom poder discutir um assunto de saúde no dia de hoje, Ver. Garcia, nosso Líder, dia que aprovamos como Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde. Sabem por que foi aprovado aqui? Porque foi nesse dia que um juiz decidiu cobrar 500 mil reais por dia do Sindicato Médico se eles não voltassem da greve dos trabalhadores da Saúde, que se sentiam injustiçados. Esse foi o dia 16 de abril, então nós o fizemos passar como o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde.

O Ver. Braz traz uma importante contribuição para a Saúde de Porto Alegre, uma importante contribuição para os homens de Porto Alegre, porque existem programas para adolescentes, para grávidas, para diabéticos, para hipertensos, para mamas - e, para a mama, como tem! Existe programa para tudo, só não existe programa para homem. Os homens são verdadeiramente os maiores abandonados; não existe programa de saúde para homem, específico - quando é de hipertensão e diabetes é para homem e para mulher junto. E o Ver. Luiz Braz está propondo um programa de saúde para homem. O que ele propõe? Ele propõe um melhor acesso a uma substância que é tirada do sangue, um antígeno, uma substância que é um marcador da próstata. Quando existe tecido da próstata funcionando, aquele marcador existe numa determinada quantidade no sangue. Quando a próstata aumenta, e geralmente por problemas malignos, essa substância aumenta pari passu, aumenta junto.

E por que, atentamente, o Ver. Luiz Braz faz isso? Porque não existe no serviço público, pelo menos na primeira instância, médicos que façam o exame de toque nos homens com idade acima de 40 anos e muito menos que peçam o PSA. O Projeto vem preencher uma lacuna. Não sei como nós da área da saúde cochilamos durante tanto tempo e não apresentamos este belo Projeto. Quero cumprimentar o Luiz Braz aqui, agora, e fazer o meu cumprimento não só como homem que luta pela saúde, mas como um homem de 60 anos, que irá se beneficiar dessa decisão, deste Projeto, que devemos votar por unanimidade e com louvor. Por quê? Qual é a importância? A importância é algo que vou dizer aos senhores e que causará espanto - espanto!: é que um homem em cada dez, com idade acima de 50 anos, em Porto Alegre, está com câncer de próstata. Eu vou repetir: um homem em cada dez - 10% dos homens em Porto Alegre, com idade acima de 50 anos - está com câncer de próstata e não sabe! Eles não sabem porque a maioria dos homens não quer fazer o toque retal porque tem vergonha, porque é gaúcho, tchê! A outra maioria não quer fazer porque não tem o PSA! E, agora, Braz, vem um Projeto trazendo importância para essa substância, que custa caro para o serviço público, e o serviço público não tem à disposição.

Então, este dia passa a ser um dia muito importante, passa a ser o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde e o dia em que um Vereador de Porto Alegre resolveu se preocupar com a saúde masculina - um pouco abandonada no Brasil - e trouxe uma ferramenta importantíssima, porque muitas vezes o PSA pode substituir o toque retal. Nem sempre! Ver. Luiz Braz, a Bancada do PTB quer se aliar, de maneira positiva, à sua pretensão de aprovar este Projeto. E que bom que teremos a regulamentação logo em seguida, Vereador, para que os homens acima de 40 anos tenham o diagnóstico do seu câncer feito com muita precocidade, porque não tem como prevenir o câncer de próstata, câncer de próstata não tem prevenção, ele tem diagnóstico precoce, e daí a salvação. Parabéns, Ver. Luiz Braz!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos o Memorando nº 080/08, do Gabinete da Presidência. Assunto: representação externa, data: 16-04-08. Leio (Lê.): “Informo que o Ver. José Ismael Heinen estará representando esta Casa na Sessão Solene em homenagem aos 200 anos do Exercito Brasileiro na tarde de hoje, no 16º GAC, na cidade de São Leopoldo. Atenciosamente, Ver. Sebastião Melo, Presidente”.

Srs. Vereadores, quero ratificar o convite que fizemos hoje através dos telefonemas: às 17 horas estará na Casa o Professor João Carlos Brum Torres, que quer fechar a programação para discutir os seminários do futuro da nossa Cidade. Então, considero de extrema importância que os Srs. Vereadores que têm interesse nesse tema, que querem participar como painelistas, debatedores, que queiram estar envolvidos nesse processo estejam presentes à reunião, às 17 horas, na Presidência.

O Ver. Luiz Braz, autor da matéria, está com a palavra para discutir o PLL nº 069/07. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 069/07.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que ousadia minha falar depois do eminente Ver. Dr. Goulart, mas eu já havia pedido a inscrição, portanto vou mantê-la. O Vereador foi brilhante, ele informou inclusive que nem sempre o PSA vai resolver o problema do câncer da próstata, indicar a presença ou não. Isso é uma verdade. É por isso que eu havia me inscrito para falar. Na Comissão de Constituição e Justiça, encontraram óbices na realização do Projeto de Lei do nobre e querido Ver. Luiz Braz. Vencido esse obstáculo, a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, por unanimidade, aprovou o Parecer da Verª Maristela Meneghetti, e eu era membro da referida Comissão nessa oportunidade, tendo votado favoravelmente, e vou votar favoravelmente ao Projeto de Lei também.

Mas o grande mérito me parece ser o de fazer com que os homens com 40 anos saibam que têm a oportunidade de fazer o PSA, em inglês, que quer dizer Antígeno Prostático Específico. Muita gente faz o exame, mas não significa que possa ficar tranqüilo pelo resultado. Mas, fazendo o exame, é provável que o médico que indicar o exame, que fizer a requisição para o exame - porque sem requisição não há exame -, diga que esse PSA deve ser complementado pelo exame de toque, que aí, então, o homem ficará tranqüilo, sabendo se não tem ou se terá câncer.

Dessa forma, vou votar favoravelmente, não vou me estender mais, porque seria muito irreverente da minha parte falar depois do Ver. Dr. Goulart a respeito do tema. Voto, portanto, favoravelmente e acredito que todos os Vereadores votarão da mesma forma. Muito obrigado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Aldacir Oliboni, o PLL nº 069/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde na Câmara de Vereadores da Capital de todos os gaúchos, gostaria de aproveitar a oportunidade, já que o nobre Ver. Carlos Todeschini está aqui conosco, para mais uma vez solicitar que ele se desculpe com o nosso querido Nelcir Tessaro, ex-Secretário do DEMHAB, pelas ofensas que foram lançadas aqui. Às vezes as pessoas se escondem dizendo “é com todo respeito, é com todo respeito” e vão “dando pau”. “Não é nada pessoal”, mas vão “dando pau”! Quero pedir que se desculpe, depois, com o nosso ex-Secretário Nelcir Tessaro, aproveitando que ele está na Casa, ele, que fez um ótimo trabalho frente ao DEMHAB, e com certeza há o reconhecimento de toda a Bancada de oposição desta Casa.

O ex-Secretário Nelcir Tessaro foi acusado, porque, logo que ele saiu da Direção do DEMHAB, foi nomeado para ocupar uma vaga de CC, Cargo em Comissão, no próprio DEMHAB, o que não é ilegal, vamos deixar bem claro. Não há ilegalidade nisso, Ver. Todeschini! Não há ilegalidade! E foi vendido, nesta tribuna, como se fosse algo ilegal! Por que o ex-Secretário Nelcir Tessaro foi nomeado no próprio DEMHAB? Quem conhece o ex-Secretário Nelcir Tessaro sabe que ele é um homem de coração puro, coração bom, um homem tranqüilo e que não tem inimigos, Ver. Todeschini; não tem inimigos, é bom que se deixe bem claro isso! E, como ele já estava na Direção, continuaria dando a sua parcela de contribuição junto ao DEMHAB. O problema maior está quando a pessoa sai de uma Diretoria, é Diretor do DMAE, por exemplo - é um exemplo, Ver. Todeschini, não estou dizendo que tenha acontecido isso -, e é nomeado em outro lugar, às escondidas. O ex-Secretário Nelcir Tessaro, de qualquer forma, continuaria ganhando, como CC, dinheiro público também. Se saísse de uma Diretoria do DMAE - é um exemplo, não que isso tenha ocorrido - e fosse para a Assembléia Legislativa, por exemplo, continuaria ganhando o mesmo dinheiro público. É um exemplo! Apenas um exemplo! Não há ilegalidade nisso.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. NILO SANTOS: Imoralidade! O ex-Secretário Nelcir Tessaro não se escondeu; quando foi nomeado no DEMHAB, ele não se escondeu. Saiu a nomeação dele ali, para ele continuar contribuindo com o DEMHAB, recebendo o salário, o.k.!

Quando o senhor saiu do DMAE, por exemplo, a partir do dia 02 de abril (Lê.): Carlos Atílio Todeschini para exercer o cargo em comissão de assessor 3 padrão CCPL-4 a partir de 02-04-04 na Assembléia Legislativa”, o senhor também foi nomeado, o senhor também continuou recebendo dinheiro público, Ver. Todeschini. Ilegalidade não há no seu caso; ilegalidade não há no caso do ex-Secretário Nelcir Tessaro. E é preciso deixar isso bem claro porque as pessoas que ouviram os discursos aqui acharam que o ex-Secretário Nelcir Tessaro estava cometendo um ato de ilegalidade, e não há isso! É preciso deixar bem claro, senão vou ter que dizer aqui também que o senhor cometeu um ato ilegal. E não era ilegal! O senhor cometeu um ato imoral, então.

Então não pode, é preciso deixar bem claro, aqui está a cópia de quando o senhor foi nomeado também, porque é dinheiro público tanto aqui no DEMHAB quanto na Assembléia Legislativa! Se há imoralidade de um lado, há imoralidade do outro lado também. Obrigado, senhoras e senhores, era só para fazer esse esclarecimento.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadoras e Vereadores; agradeço à nossa Líder, Verª Margarete Moraes, pela indicação para vir aqui, em nome do Partido dos Trabalhadores, dar continuidade a esse debate que o Ver. Nilo Santos traz à tribuna, e ele se torna mais interessante porque temos aqui no Plenário a presença do Sr. Nelcir Tessaro, ex-Secretário do Departamento Municipal de Habitação. Quero dizer que ele só é “ex” no DEMHAB por denúncias públicas que foram feitas aqui desta tribuna, em nome da nossa Liderança, pelo Ver. Guilherme Barbosa, porque senão estaria lá naquele cargo até o momento.

Ver. Nilo Santos, eu quero fazer a discussão entre esse ponto de vista da legalidade e da moralidade. O art. 37 da Constituição Federal trata do princípio da moralidade. E é isso que o senhor deveria ter analisado aqui na política. No momento em que o Sr. Nelcir Tessaro era Secretário do DEMHAB, no momento em que foi anunciado politicamente para toda a Cidade que todos os Secretários que iriam concorrer seriam exonerados no início do mês de abril, assim foi feito. Porém, surpreendeu-nos que, no outro dia, no Diário Oficial, o mesmo Secretário exonerado foi nomeado para Chefe do Setor Jurídico do Departamento que ele governava até então, Ver. Professor Garcia, Líder do Governo. Viemos a esta tribuna através do Ver. Guilherme Barbosa, que fez a denúncia, e no outro dia o Prefeito o exonerou. Será que o Prefeito, quando fez essa exoneração, não se pautou, Ver. Elói Guimarães, no art. 37 da Constituição Federal, que trata do princípio da moralidade? Porque, se não fosse imoral essa nomeação, o Sr. Nelcir Tessaro estaria lá, mesmo com a denúncia da oposição. É isso que está em discussão. Isso é diferente do nobre Ver. Carlos Todeschini, funcionário da Emater que, quando saiu do cargo de Secretário de Município de Porto Alegre, voltou para a Emater e foi cedido para a Assembléia Legislativa - é totalmente diferente a situação.

E, já que nós estamos falando do DEMHAB e da direção política que lá o conduziu, quero trazer outro tema: o da democracia participativa. E quero perguntar se isso é moral, ou se é imoral. O DEMHAB, através dos seus quadros, no processo da democracia participativa, na temática Organização da Cidade, chamou lá, Verª Neuza Canabarro, todas as lideranças das cooperativas e fez chantagem a elas dizendo o seguinte: “Vocês votem na chapa apresentada pelo Governo, ou não terão recurso do Orçamento Participativo.” Isso é coação, meu prezado Tessaro! Isso é imoral! Estou repetindo aqui o que foi dito por uma conselheira numa plenária lotada. Portanto, é um tema que o Ministério Público deve averiguar.

Na semana passada, Ver. Guilherme Barbosa, recebemos aqui, mais uma vez, pela sétima vez, a comunidade da Rua João Pinto, da Maria da Conceição, que tem um Projeto desde 2006, com recurso gravado no Orçamento de 1 milhão e 86 mil reais. O DEMHAB não compareceu à Audiência Pública, não apresentou o projeto para ser executado - projeto que o Sr. Prefeito, lá na comunidade, disse que iria iniciar ainda em dezembro de 2006. Portanto, Ver. Nilo, temos que fazer essas análises da ilegalidade e da imoralidade. Quero dizer que esse procedimento que a estrutura do DEMHAB adotou e adota em relação ao processo da democracia participativa vem destruindo a sua qualidade. Nós não precisamos aqui discutir a quantidade; quantidade não significa qualidade, Ver. João Antonio Dib, aprendi isso com o senhor aqui neste debate.

Portanto, eu quero que venha aqui justificar a autonomia, sim, das comunidades, para poder decidir sobre os diversos projetos, e não fazer o que o DEMHAB fez, inclusive cito o nome aqui do assessor do Sr. Tessaro, o Sr. Severo, que chamou comunidade por comunidade e disse: “Vocês votem em nós, ou não receberão verbas do Executivo Municipal.” E nós temos o prazer de receber o Sr. Nelcir Tessaro aqui hoje porque ele foi demitido pelo Prefeito, porque senão estaria lá, representando mais uma vez, o que foi um ato imoral. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1683/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui, no Município de Porto Alegre, o Momento Cívico e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1911/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Ervino de Assis o logradouro não-cadastrado, conhecido com Rua L – Vila Monte Cristo –, localizado no bairro Vila Nova.

 

PROC. 1999/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/08, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Doutora Maira Caleffi.

 

PROC. 2047/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Anglo-Árabe o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Onze – Vila Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 2048/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Miguel Oliveira de Lima o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Nove – Vila Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1475/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que altera os §§ 1º e 2º do art. 4º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970 – que disciplina o exercício do comércio de jornais, revistas e outros produtos em bancas, estandes e grades metálicas nos logradouros públicos e dá outras providências –, e alterações posteriores, dispondo sobre a validade e a renovação do Alvará de Licença.

 

PROC. Nº 1684/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que autoriza o tráfego de táxis com passageiros nos corredores exclusivos para ônibus e dá outras providências.

 

PROC. 2029/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/08, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana do Programa Saúde da Família, a ser realizada anualmente, no período de 4 a 10 de dezembro.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, depois da Constituição de 1988, no mínimo - já foi feito o levantamento -, um milhão de leis foram editadas neste País: leis municipais, estaduais e federais, totalizando mais de um milhão. E nós temos a absoluta convicção de que, se pudéssemos condensar esse mais de milhão de leis, nós não superaríamos os Dez Mandamentos da Lei de Deus; mas nós continuamos fazendo leis.

E aqui vem o Ver. José Ismael Heinen propor um Projeto que institui, no Município de Porto Alegre, o Momento Cívico e dá outras providências. Ora, isso eu entendo que seja um desrespeito ao Executivo e ao Legislativo, porque nós, na realidade, não precisamos desta lei para que, no dia da fundação de Porto Alegre, seja hasteada a Bandeira de Porto Alegre, a Bandeira do Brasil e a Bandeira do Rio Grande do Sul. Até porque nós as hasteamos todos os dias. No Dia da Bandeira, há um rito, na própria lei, que instituiu o hasteamento da Bandeira Nacional ao meio-dia. As repartições públicas fazem Ato Solene para que a Bandeira Nacional seja hasteada, com o discurso de vários oradores ou a oração de algum orador - o que sempre é feito. Ao meio-dia, na escadaria da Prefeitura, no Paço Municipal, o Prefeito se reúne, e às vezes vão representantes do Comando Militar Sul e outros, e uma oração é feita em relação ao Dia da Bandeira. Na Semana Farroupilha - nem se fala - e na Semana da Pátria também nós aprendemos que sempre temos que fazer o hasteamento da Bandeira. A proposição é que o hasteamento solene das Bandeiras à que se refere o caput, que são os quatro dias que eu citei, ocorrerá às 8h30min - já contraria a legislação federal, que define que, no Dia da Bandeira, ela deverá ser hasteada ao meio-dia. Quando nós tínhamos um mastro aqui, em que ficava hasteada a Bandeira nas vinte e quatro horas do dia, no dia 19 de novembro nós arriávamos a Bandeira para fazermos o hasteamento ao meio-dia.

E há uma proposição de denominação de logradouro, eu já falei com a Verª Maria Luiza, que denomina a Rua Anglo-Árabe. Quando eu li, mandei buscar o texto do Projeto, porque os ingleses e os árabes - e minha ascendência é toda árabe - nunca se deram às mil maravilhas; inclusive, Lawrence da Arábia era contrário aos ingleses e a favor dos árabes, mas não vemos razões. Aí fui verificar, e não se falava exatamente dos povos ingleses e árabes, e sim do cavalo árabe, que teria se miscigenado com o cavalo inglês. Mas, na verdade, tanto quanto conheço dos turfistas, é cavalo árabe, não falam em cavalo inglês. De qualquer forma, ela vai verificar e, provavelmente, faça a mudança do seu Projeto de Lei, porque a Vereadora vem fazendo um trabalho muito interessante, denominando ruas da Cidade com elementos da fauna e da flora brasileira. Mas, no caso, esse anglo-árabe não soaria bem, essa denominação não seria bem entendida.

O Ver. Haroldo de Souza pergunta se seria um cavalo anglo-árabe. Na verdade, a idéia era essa, mas não é o que vai ser dito, até porque nem seria possível conter na denominação do logradouro, porque, normalmente, abaixo da denominação, há uma explicação das razões. No caso deste Projeto, não há nenhuma explicação. Então, acho que a Vereadora vai fazer uma revisão dessa situação, e nós teremos um outro nome para a rua, que precisa ser denominada. Cumprimento-a pela preocupação, como, por exemplo, o Ver. Sebenelo já teve no passado, quando quis denominar com constelações astrais, e foi mal entendido pelo Prefeito, foi mal entendido por alguns Vereadores, e não conseguiu seu desiderato. Asseguro que os moradores daquelas ruas estariam satisfeitos com ruas com nomes, e não com Rua A, B, C, D, X, Y, Z ou com números.

Dessa forma, fico por aqui, dizendo que o Ver. Ismael Heinen também está incorrendo, em seu Projeto de Lei, numa falha, e a nossa Procuradoria disse que não há impedimento jurídico à tramitação da matéria. Mas há impedimento jurídico, sim, porque a legislação brasileira é maior que a legislação municipal, e no caso da Bandeira, como eu disse, no dia 19 de novembro, o Dia da Bandeira, o hasteamento se faz ao meio-dia. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadores e Vereadoras, para os que ainda restam no Plenário, já terminamos a Ordem do Dia, e a debandada começa, mas ainda temos bastantes Vereadores no Plenário para os debates. Eu queria falar sobre esse negócio de deixar de ser Secretário e, logo em seguida, pegar um CC - se é ilegal, se é imoral. Agora, imoral também é a falta de responsabilidade de todos nós - Governador, Deputado Estadual, Vereador, Prefeito - ao continuarmos a permitir carroças nas ruas de Porto Alegre. Nós sabemos quem pôs as carroças nas ruas de Porto Alegre, todos sabem. Se essa parte, que colocou as carroças nas ruas de Porto Alegre, não tem uma solução para tirar, nós temos que fazer um mutirão, alguma coisa tem que acontecer. Isso, sim, é imoral! Porque nós chegarmos a este Plenário e começarmos a nos digladiar se o Lula faz melhor que o Fernando Henrique, ou que o Fernando Henrique fez melhor do que o Lula... Com isso, nós não vamos chegar, absolutamente, a lugar algum!

Agora, se nos preocuparmos com o MST, que invadiu aqui ao lado, a Receita Federal, de novo... E o MST não é cria minha, nós sabemos também quem criou o MST no Brasil, ou não sabemos? E vamos continuar a conviver com esse grupo, que já tem uma ligação, Ver. Beto Moesch - V. Exª também está me devendo uma resposta a respeito de uma entrevista que teria dado não sei onde, resposta que até agora não veio, sobre a qual eu gostaria de detalhes para não ficarmos chateados e sabermos o que, realmente, aconteceu... Mas estou lembrando V. Exª a respeito disso, porque é preciso retirar, das ruas de Porto Alegre, os carroceiros, mas não é tirar os carroceiros, porque é o carroceiro; é por causa do animal e também do trânsito de Porto Alegre! Agora, se não temos competência para fazer isso, eu não sei o quê nós estamos fazendo aqui. Dificilmente olho as mensagens do computador, mas ao verificar li várias manifestando que não agüentavam mais o sofrimento dos animais, dos cavalos nas ruas de Porto Alegre.

E falei do Ver. Beto Moesch, porque sei que V. Exª também é favorável à retirada das carroças das ruas. Poucas Capitais possuem carroças, é a nossa envergonha. Olha, é só lamentação nos e-mails. E nós temos um Projeto parado não sei onde, parece que está com o Ver. Professor Garcia. Mas quais são os trâmites para que o Parecer seja dado o mais rápido possível, para que o Projeto que está aqui na Casa realmente seja enviado ao Prefeito, e o Prefeito execute? O que não podemos mais é conviver com as carroças nas ruas de Porto Alegre. Temos de colocar um fim nisso, definitivamente, Ver. João Bosco Vaz, que é um homem de ação também. O que nós podemos fazer? Vamos nos reunir e fazer. O que não pode é a sociedade ficar mandando e-mails para nós, reclamando, os carroceiros causando prejuízos ao trânsito de Porto Alegre, e nós numa boa. Nós, aqui, discutindo se o Fernando Henrique fez mais do que o Lula, ou se o Lula está fazendo mais. E a cidade de Porto Alegre?

Agora, eu queria que vocês prestassem bem atenção numa seqüência que houve há três meses, Verª Maria Celeste, em que membros do MST se reuniram em Cuiabá, no Mato Grosso, com integrantes do PCC. E o PCC fez uma ponte ao MST, para uma reunião com as FARC, na divisa do Brasil. Mas, escutem, o que uma coisa tem a ver com a outra? Em relação ao Movimento da Reforma Agrária no Brasil, vamos partir para o sentido de que as FARC podem ajudar o MST a continuar agindo nas Capitais do Brasil, aqui em Porto Alegre e nas fazendas, de forma covarde? Porque eles colocam as mulheres e as crianças na frente. Saiam aqui da Câmara agora e vejam como está a Receita Federal neste momento: um monte de crianças, centenas de mulheres, e os marmanjos tomando chimarrão numa boa: “Nós somos comandados pelo Stédile e estamos acima de tudo!”

Espera aí, carroças nas ruas, a gente sabe quem colocou; MST, a gente sabe quem é que criou, e vamos ficar assim, vai ficar tudo por isso mesmo? Acho que está na hora de a gente, realmente, agir. Esse negócio de dizer quem fez mais ou quem deixou de fazer não está com nada. Eu penso assim e sei que penso isoladamente, praticamente, a respeito disso.

Queria cumprimentar o ex-Governador Rigotto, porque foi com ele que começou esse investimento da Aracruz Celulose, de US$ 2,8 bilhões, para a Governadora Yeda Crusius. Cumprimento, então, o ex-Governador Rigotto e o ex-Secretário de Desenvolvimento Luiz Roberto Ponte. A gente tem coisa boa para falar aqui, tanto do Governo Estadual, como do Governo Federal, vejam bem, também do Governo Federal, e também da Prefeitura de Porto Alegre. Então, vamos parar com esse negócio de o Lula fez isso, o Fernando Henrique fez isso, e a Cidade pedindo urgência para os seus reais problemas.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou aproveitar a sensibilidade do Ver. Haroldo de Souza e falar dos mesmos temas.

A Constituição é, sem dúvida nenhuma, a nossa bíblia, mas parece que para alguns Vereadores ela só serve em determinados momentos. Nessa mesma Constituição que foi há pouco citada, sobre moralidade, está escrito, com todas as letras, o direito de ir e vir, e o direito de ir e vir está impedido, aqui ao nosso lado, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Isso é um absurdo, e não é a primeira vez que isso está sendo feito; outras vezes isso foi feito, talvez não com a mesma intensidade de agora - com as barracas armadas ali. Eu acho que é chegado o momento de agir com seriedade e com dureza. Eu não tenho dúvidas de que, se me fosse solicitada opinião, eu diria para chamar a Brigada Militar para solicitar, gentilmente, que eles se retirem. Se não o fizessem - a Brigada Militar tem um Corpo de Bombeiros eficiente -, que jogassem água para o alto, em primeiro lugar, para que eles soubessem o que iria acontecer, e depois seria jorrada, de forma direta, nos demais integrantes do Movimento Sem Terra, se eles permanecessem no local. Nós já vimos fazerem isso em campo de futebol.

Mas o problema das carroças é sério em Porto Alegre. Porto Alegre, reiteradas vezes eu disse, é a Capital mundial da carroça. Aqui é o único lugar, de porte, onde o número de carroças aumentou, e não aumentou acidentalmente, por descuido, não! Aumentou por estímulo do Poder Público Municipal ao longo de 16 anos. Quando eu fui Prefeito, nós não tínhamos mais do que trezentas carroças em Porto Alegre, e não entravam na área central; não entravam na área central! A Cidade cresceu, e cresceu o número de automóveis, e mandaram crescer o número de carroças.

Nós tivemos um Prefeito que foi assistir à Copa do Mundo lá em Paris, em Saint-Denis, e, no outro dia, mandou o Vice-Prefeito assinar um documento... Ele não pôde assinar e mandou o Vice-Prefeito assinar no outro dia para também assistir ao resto da Copa do Mundo. Esse Prefeito deu entrevista ao maior jornal francês, ou pelo menos um dos maiores jornais franceses, o Le Monde, dizendo que as carroças em Porto Alegre ajudaram a resolver o problema da coleta do lixo seletivo. Isso é uma barbaridade! Muito pelo contrário: elas estão infernizando a Cidade com a coleta de lixo de forma irregular; e aumentou o número de 300 para 8000 carroças! Nós vemos, com freqüências, as carroças na contramão dirigidas por meninos, com cavalos cansados, com cavalos doentes, com cavalos feridos, na contramão de ruas de intenso movimento. Eu já vi na Rua Padre Chagas, duas vezes; eu já vi na Rua Vasco da Gama, três vezes; eu já vi na Rua Felipe Néri; eu já vi em várias ruas, crianças dirigindo carroças na contramão! E a noite também, sem ao mínimo algo que fosse refletivo, já nem estou falando em iluminação, algo que a iluminação do carro que vem atrás faria o reflexo e chamaria a atenção. Muitas vezes essas carroças estão com sacos de lixos, sacos pretos, ultrapassando a largura da carroça, e quem vem de automóvel, de repente, para evitar um acidente, pode criar um muito maior batendo no veículo que está à sua esquerda. Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a bíblia, que é a Constituição, vale para todos. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. João Dib.

Apregôo a representação da Verª Maristela Maffei no dia 15 do corrente às 16 horas para o lançamento da pedra fundamental da sede própria da Biblioteca Leverdógil de Freitas e a Comemoração dos Primeiros Dez Anos do Instituto Popular de Arte-Educação, Ipdae.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Claudio Sebenelo, que dirige a Sessão; colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, chamaram-me, mas fiquei na espera porque assisti ao pedido de Liderança da Verª Maristela Maffei, então esperei um pouco para que se decidisse quem viria primeiro à tribuna.

Respondo a um questionamento do Ver. Haroldo de Souza. Tenho certeza absoluta - não sei se os senhores sabem - de que quem criou o MST do Brasil foi o latifúndio improdutivo, o que, aliás, é quase um sinônimo. Se olharmos no Rio Grande do Sul, veremos que a pobreza está exatamente na área de latifúndio. Coincidência? Não, é sempre assim! Portanto, quem criou o MST foi o latifúndio, e país mais desenvolvido não tem latifúndio, tem de média à pequena propriedade.

Com relação à Pauta propriamente dita, quero analisar, Ver. João Dib, o Projeto do Ver. José Ismael, que pretende autorizar que os táxis usem o corredor de ônibus quando estiverem com passageiro. É uma idéia a ser analisada, mas de uma polêmica sensacional, porque quebra toda uma lógica de funcionamento, e, se não houver fiscalização, os táxis vão andar, lotados ou não, com passageiro ou vazios, no corredor. Aí, ninguém segura mais!

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Barbosa, o Projeto do Ver. José Ismael Heinen é profundamente dispensável. Ele só vai criar problema com o táxi no corredor. Por exemplo, no corredor da Perimetral, ele não tem como entrar e não tem como sair no local que ele deseja. E, nos outros corredores, quando a parada do ônibus se faz simultaneamente Centro/Bairro-Bairro/Centro, o que faz o táxi? Espera três ou quatro ônibus se movimentarem? O táxi deve andar onde está, por isso se criou o corredor do ônibus, para tirar o ônibus do meio do trânsito, para ele não atrapalhar o trânsito e também para não ser impedido de circular.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Exatamente, concordo com Vossa Excelência. No caso da 3ª Perimetral, há alguns locais em que os ônibus entram e saem, mas, por óbvio, são poucos esses locais. Então, nós teríamos que tirar todo o canteiro de separação, abrindo um espaço de risco para os veículos, e hoje há muitas árvores plantadas. Nós tínhamos já feito um plantio, e a atual Administração aumentou o plantio nos canteiros, portanto a confusão estaria formada.

Mas eu quero também, nesse tema do trânsito em Porto Alegre, colocar a minha opinião sobre as carroças. Depois de três anos e três meses e meio de Administração Fogaça, ouvi, como fez o Ver. João Dib, dizer que foram as outras Administrações que passaram, que criaram isso ou aquilo. Ora, eu acho que a atual Administração já tem que mudar essa desculpa, “mudar o disco”, porque isso já cansou, não cola mais. Nos seis primeiros meses de Governo alguém pode dizer que encontrou assim, encontrou assado. Mas depois de três anos e três meses e meio ficar culpando? Então, daqui a pouco, nós vamos culpar, Ver. José Valdir, o Loureiro da Silva pelos problemas de Porto Alegre! Vamos culpar o José Montaury! Quem vem para o Governo é para resolver os problemas, não para ficar chorando como até hoje fizeram o Prefeito Fogaça e sua base de apoio na Câmara.

As carroças, em Porto Alegre, são um problema social, problema que atinge, em primeiro lugar, os carroceiros, que precisam de uma remuneração, que precisam de um ganha-pão para si e para sua família. Em segundo lugar, os animais muitas vezes, é verdade, são maltratados. Então, se nós resolvermos o problema de geração de renda para essas pessoas, nós também estaremos resolvendo o problema dos animais. Só que, do que eu ouço, dos e-mail que todos nós recebemos, o centro é o cavalo. Eu acho que o centro é o ser humano, e, logo ao lado, nem atrás, ao lado, eu coloco o animal, o cavalo; mas, no centro, está o ser humano! Ao resolver o problema social, ao resolver o problema das pessoas, automaticamente resolveremos o problema dos cavalos. E esse não é o problema do trânsito de Porto Alegre, é muito localizado aqui e acolá. Os problemas são outros. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Vereador.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; demais Vereadores e Vereadoras, público que nos acompanha nas galerias e aqueles que nos assistem pela TV Câmara: em período de Liderança, venho a esta tribuna depois de acompanhar o castigo que a nossa imprensa deu ao nosso Ministro Lupi, Presidente do nosso Partido, ora licenciado para exercer a sua função no Ministério do Trabalho. Poderia exaltar outros Ministros que tem, de maneira brilhante, dentro do Governo Lula, desempenhando excelente trabalho, como o Ministro Orlando Silva, o Hélio Costa, o Márcio Fortes, enfim, são diversos Ministros. Mas em especial exalto o Ministro Lupi, que nos representa no Ministério do Trabalho.

Acompanho pela imprensa notícias muito positivas, reflexos de uma economia crescente, de maneira sustentável, capaz de enfrentar as grandes crises internacionais, quebrando aquilo que diziam, de que a economia nacional estaria apenas no caminho do crescimento da economia internacional. De maneira bastante sustentável, a economia cresce, e as grandes crises internacionais... E não poderia ser diferente; no momento de uma economia crescente, nosso País torna-se alvo de investimento de grandes empresas internacionais, há uma economia fértil para investimento. E, no momento em que a economia cresce, é importante o retorno do Governo para esse crescimento. E um dos grandes investimentos que o Governo Lula tem feito é na qualificação, na capacitação profissional dos nossos trabalhadores. E aqui se faz uma ressalva ao grande trabalho que o Ministro Carlos Lupi tem feito, investindo, em 2008, 875 milhões de reais em capacitação profissional. Em 2007 faltou, segundo o Sine, um milhão de trabalhadores qualificados. E é assim que o Ministério do Trabalho, nas mãos do nosso Presidente do Partido, ora licenciado, Carlos Lupi, tem feito. Sem dúvida, essa qualificação profissional é importante para todos os setores, mas em especial à juventude, que sofre não só pela falta de experiência, Ver. Alceu Brasinha, mas principalmente pela falta de qualificação profissional.

Cabe aqui o nosso respeito, o nosso reconhecimento ao grande trabalho do companheiro Ministro Lupi, que foi massacrado pela imprensa, mas demonstra, através dos números, o importante papel que cumpre nessa Pasta do Governo Federal. Isso mostra que é possível crescer de maneira sustentável e, ao mesmo tempo, investir forte na qualificação profissional dos nossos trabalhadores, para que acompanhem esse crescimento e possam se inserir no mercado de trabalho. Ficam aqui os nossos cumprimentos, o nosso reconhecimento ao grande trabalho do Ministro Lupi no Governo Lula. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Vereador.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo, a minha discussão pedindo preferência pela Liderança é exatamente para seguir aquilo que está no Regimento; não quero passar à frente de nenhum outro Vereador para vir à tribuna, mas acho que cabe a todos nós zelar pelo Regimento.

Independente do Partido político que está à frente do nosso Estado ou do nosso Município, eu acredito que devemos saudar aquelas soluções que nos trazem pelo menos uma expectativa de progresso, aquilo que pode nos fazer novamente sonhar em ocupar um lugar de destaque no cenário nacional. As Administrações do Palácio Piratini tiveram sucessos e insucessos, mas infelizmente não conseguiram, ao final de suas gestões, resolver problemas relativos a um déficit orçamentário que acabou realmente massacrando as Administrações e, é claro, os sonhos de todos nós que estamos inseridos no Rio Grande do Sul. É por isso que cumprimento a Governadora Yeda Crusius, porque, apesar de não concordar com todos os atos da Governadora, apesar de ser partidário da Governadora e ter inclusive militado muitas vezes a seu lado, tenho que chegar a uma conclusão: a Governadora Yeda Crusius, nos seus acertos e desacertos, está demonstrando que seus acertos superam os desacertos, tanto é que ela faz com que o Rio Grande do Sul volte novamente a ter uma expectativa de se transformar num Estado superavitário, a ter um Orçamento capaz de ser programado para trazer obras de infra-estrutura, para que o nosso Estado possa ser melhor do que é hoje, fazendo com que novos investimentos possam ser atraídos, Ver. Todeschini, para o nosso Estado. Porque o que nós queremos é que as grandes empresas voltem os seus olhos para o Rio Grande do Sul a fim de que possamos ter mais empregos e mais oportunidades a todos os setores da nossa economia.

A Aracruz, com os novos investimentos, faz realmente com que possamos voltar a sonhar aqui no Rio Grande do Sul e temos que ter todo o cuidado, porque, afinal de contas, a Aracruz atua num setor que deve ser muito bem fiscalizado por todos nós e não apenas pelo Governo - todos nós temos a obrigação de fiscalizar -, porque qualquer descuido pode significar problemas para o nosso meio ambiente. Mas a Aracruz está fazendo um investimento de quase 3 bilhões de dólares em nosso Estado, e esse quase 3 bilhões de dólares vai trazer muitos empregos de volta para o nosso Rio Grande do Sul, vai fazer também com que uma parte pobre de nosso Estado, que estava carecendo de investimentos, tenha também suas condições modificadas.

Portanto, quando alguém, independente do Partido que está inserido - e felizmente ela é membro do nosso PSDB -, atua de forma a que toda a população possa sentir orgulho de ser gaúcha e possa ter expectativa de voltar a ser novamente um grande Estado, um grande povo, realmente nós temos que saudar os seus atos, e foram feitos realizados com muita dificuldade por esta Governadora. A sociedade se orgulha de hoje estar sendo dirigida - em termos de Governo do Estado - por uma pessoa competente, capaz, que pode ter essa visão geral de progresso para todos nós e que está tomando as atitudes corretas para que possamos voltar a ser um grande povo, uma grande sociedade, para que os nossos problemas possam realmente ser curados. Nós temos que aplaudir a nossa Governadora Yeda Crusius pelos seus atos e pela condução que está realizando frente ao Palácio Piratini, fazendo com que o Estado do Rio Grande do Sul possa novamente ser um Estado com um Orçamento capaz de produzir o progresso que todos nós queremos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; solicito Tempo Especial, de acordo com o art. 94, parágrafo 1º, letra “f”, pois recebi, de uma senhora, uma manifestação contendo seis mil assinaturas. De acordo com esse artigo, sendo a questão do interesse da Cidade, o Presidente deve abrir espaço...

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Vereador, peço que, se V. Exª quiser ler o Regimento... Não tem isso de V. Exª querer decidir, não; fica a critério do Presidente, é outra coisa. É completamente diferente do que o senhor diz.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Sebenelo, art. 94, parágrafo 1º, letra “f”, e, como o assunto é de interesse da comunidade, pergunto se eu poderia obter um espaço para falar, pois a pessoa tem uma manifestação contendo seis mil assinaturas, e a questão é referente à Saúde. Acho que o Sr. Presidente deveria abrir um espaço.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Aguarde um momentinho, será feita uma consulta à Diretoria Legislativa.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, confesso que estava com saudades desta Casa e estava com muita vontade de fazer um debate no campo das idéias. Retornando agora, pois eu passei um período adoentada, estou vendo que esta Casa hoje à tarde realmente produziu. Cada um realmente está no seu lugar ideologicamente definido. Isso é muito bom para esta Casa. Senhoras e senhores, eu quero trazer novamente o debate sobre o problema social da terra do nosso País e também trazer a questão das carroças, Ver. Carlos Comassetto.

Primeiro, quero lembrar daquela gente nobre que invadiu esta terra, aqueles espanhóis, aqueles portugueses, aqueles nobres que vieram lá de Portugal, nobríssimos, pessoas que cuidaram tão bem da nossa terra, dos nossos índios - foi assim que começou a história do latifúndio neste País. Então, eu quero colocar as pessoas ligadas à sua fala, porque daí identificamos onde as pessoas estão. Umas são definidas ideologicamente, outras vão a reboque mesmo, por entusiasmo, enfim.

Bom, em relação ao latifúndio, hoje, por exemplo, nós temos de 1% a 2% de proprietários da maioria da terra do nosso País, que têm lá quatro ou cinco rebanhos de egüinhas, de bois, de vacas, que vão depois lá para Expointer expor e ter o seu lucro individual. Muito bem, ninguém é contra isso. Por aí nós podemos começar a deduzir. Ver. Luiz Braz, V. Exª é um homem sábio, inteligente, sabe do que eu estou falando, é um homem definido ideologicamente, sabe o lado em que está, e eu não ouvi V. Exª em nenhum momento falar aqui dos latifúndios da UDR, desses bandidos que atrasaram a história do nosso País, que obstruem a entrada do Incra, para lá verificar o que é terra produtiva e improdutiva! Eu não ouvi V. Exª colocar aqui quanto aos arrozeiros, com os seus tratores, com financiamento do Governo Federal, e eles nunca pagam, porque têm sempre isenções, fazem de conta que é para os pequenos, mas quem tem isenção são os grandes, infelizmente o nosso Governo também isentou essa gente. E trancam! Aí não é inconstitucional, talvez porque eles tomam banho em outro chuveiro e usam outra água de colônia. Talvez não sejam obrigados a morar embaixo de uma lona preta.

Olha, senhoras e senhores, o principal direito constitucional é a função social da terra, que aqui não é colocada e não quer ser discutida, que não tem produção! Isso é uma afronta à Constituição! E aí vêm falar dos caras que estão aqui do lado, que são conseqüência da hipocrisia desta sociedade ainda arcaica, colonialista, atrasada! Por isso há os sem-terra; bom, se é isso, eu também sou sem-terra! Se é isso, eu também sou Stédile! Se é isso, Vereador, eu também me assumo, como sempre me assumi ideologicamente!

Mas não achem que é senso comum aqui nesta Casa, porque esta Casa tem outras posições, e esta é uma delas. E luto, na palavra, na discussão, para também ser uma formadora de opinião, para informar. Não que eu ache que a sociedade de Porto Alegre tenha menos cultura, não é isso, mas é importante que a população de Porto Alegre saiba que, se Partido é parte, aqui há uma parte que fala diferente da maioria das pessoas, como outros que fazem fila também, aqui nesta Casa, em relação a esse ponto de vista.

Ora, vejam bem, senhoras e senhores, será que são as carroças a maioria? Ou será que a maioria são carros individuais que trancam diariamente a vida desta Cidade? Carros que inviabilizam qualquer circulação, e não adianta botar asas, porque vai continuar da mesma forma. Agora, são os carroceiros, aliás, os pobres! Pelo jeito, tem muita gente que tem saudade de pouco tempo atrás, Ver. Zé Valdir, quando pegavam esses pobres - ou quem pensava diferente -, enfiavam num saco, botavam com pedras e jogavam no Guaíba; ou trancafiavam e botavam no DOPS, porque eles pensavam diferente. São dessas pessoas que eu estou falando. É muito fácil aqui. Agora, eu quero saber como os representantes dos antigos espanhóis, representantes que inclusive continuam dentro desta Casa, dos espanhóis que mataram, exterminaram a quase maioria dos índios, a quase maioria dos negros... Até hoje eles são contra as cotas, eles continuam vivos nesta Casa.

Portanto, senhoras e senhores, o campo de idéias é fundamental nós termos, porque o grande medo dessa gente branca que vive em seus castelos é que, debaixo daquela lona preta, tem gente que pensa, tem gente que tem sentimento, tem gente que ama esta Nação, que pensa num projeto de Nação. Eu também tenho o orgulho de dizer que não estou lá para dizer para onde eles têm que ir, mas me somo. Somo-me, porque, enquanto neste País não houver justiça social, distribuição de renda, reforma agrária, distribuição de riqueza, taxando as grandes fortunas, nós não poderemos ter paz, nem sossego em nenhum momento da nossa vida. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Apregôo Requerimento do Sr. Prefeito, José Fogaça (Lê.): “[...] solicito a Vossa Excelência submeter à apreciação deste Legislativo, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, a competente autorização para ausentar-me do Estado e do País, respectivamente, de 20-04-08 até o dia 27-04-08. Registro, por oportuno, que no dia 20-04-08 viajarei a Minas Gerais na condição de homenageado, para a outorga da Medalha de Honra da Inconfidência, em Ato Solene no dia 21-04-08, às 10 horas, na cidade de Ouro Preto. A viagem terá continuidade por conta de missão oficial em Nova Iorque, onde participarei, na condição de painelista, na ONU, do “Fórum sobre Urbanização Sustentável na Era da Informação”, evento organizado pela Aliança Global pela Tecnologia da Informação e da Comunicação do Departamento da Organização das Nações Unidas de Assuntos Econômicos e Sociais (Undesa-GAID), em parceria com o Instituto Americano de Arquitetos (AIA - Divisão de Nova Iorque), com a Undesa/Divisão para o Desenvolvimento Sustentável, com a UN-Habitat e ainda com o apoio da cidade de Nova Iorque, com foco em boas práticas de planejamento urbano para prevenir o futuro aquecimento global, enquanto se lida com os desafios da pobreza, eqüidade e igualdade”. Assinado pelo Prefeito José Fogaça.

Apregôo Memorando nº 14/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita a representação da Casa no evento “Meeting do Marketing - Inovação e Monopólio do Valor”, que acontecerá no dia 17 de abril, às 12 horas, na Federasul.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente, em especial aqueles que nos assistem, em Pauta temos o Projeto de autoria do Ver. José Ismael, que institui, no Município de Porto Alegre, o Momento Cívico e dá outras providências. E aí eu quero fazer uma relação, porque esta semana nós tivemos a presença do glorioso Exército Nacional aqui nesta Casa, com o General do Comando Militar do Sul, General Elito Siqueira; todo o Exército estava aqui representado.

Quero também fazer um outro gancho, a partir da nossa Magna Carta, que, em seu art. 37, diz o seguinte (Lê.): “A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]” Estamos discutindo exatamente isso, porque não é somenos importante aquilo que veio há pouco defender um Vereador aqui na tribuna, subordinando a questão da moralidade a uma questão menor, subordinada ou inferior à legalidade. Não! A Constituição estabelece exatamente os mesmos patamares: a moralidade tem tanta força e importância quanto à legalidade! E dizer que é uma questão menor um Diretor do Município ser exonerado e assumir um posto subalterno trocando de figura com aquele que era seu subordinado anteriormente... Quem disse isso foi o Ver. Nilo, estamos tratando do Diretor Tessaro, que, logo que foi aqui denunciado pelo Ver. Guilherme, foi exonerado pelo Prefeito, demonstrando a total ilegalidade, imoralidade que configurava aquele ato; aliás, a total imoralidade do ato, porque legalidade ele tinha!

Essa questão da imoralidade não é somenos importante do que a ilegalidade, ela tem maior importância, inclusive, do ponto de vista do interesse público. E é por isso que o Prefeito, responsavelmente, exonerou o ex-Diretor Tessaro da função. Por quê? Além de ser uma declaração e uma confissão de culpa, isso ficou claro na medida em que o Prefeito não permitiu a continuidade da permanência no cargo. E é bom que se pergunte, por atitudes talvez diversas, por que o Prefeito exonerou também, quando Presidente da FASC, à época, o Sr. Nilo Santos, agora Vereador?

E quero dizer que, quando fui Diretor do DMAE, voltei para meu organismo de origem, sou funcionário público de carreira da Emater, portanto tenho responsabilidade com a minha função pública, e, à época, o Presidente da Emater, uma pessoa que eu prezo muito, inclusive é do PMDB, Dr. Caio da Rocha, meu prezado colega, me sugeriu que eu assumisse uma função na Assembléia, visto que a minha permanência seria por pouco tempo, até o período de desincompatibilização, onde concorreria a esta cadeira, que aqui conquistamos com expressivo reconhecimento da cidade de Porto Alegre. Portanto, venho aqui, com toda a tranqüilidade, lamentar aquilo que foi dito aqui na tribuna pelo Ver. Nilo, pela Bancada do PTB, querendo justificar o injustificável, comparar situações que não têm comparação, porque aquilo que se viu, aliás, já foi devidamente saneado pelo Prefeito. Mas que houve a tentativa de levar vantagem, o que configura uma total imoralidade, houve. Tanto é que, a partir da denúncia do Ver. Guilherme Barbosa, todos os atos foram desfeitos. E, assim, a vida retoma o seu curso normal. Obrigado pela atenção de todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Ver. Claudio Sebenelo, Vice-Presidente da nossa Mesa Diretora; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro gostaria de parabenizar o Ver. Sebenelo pela sua disposição em cumprir fielmente o Regimento desta Casa nas intervenções deste Plenário, coisa que o senhor faz corretamente - queria elogiar a sua atuação como Presidente.

A segunda questão e ponto de referência desta discussão é o Projeto de Lei do Legislativo de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana do Programa Saúde da Família, a ser realizada anualmente no período de 04 a 10 de dezembro. Eu vejo com bons olhos a preocupação do Ver. Dr. Raul, que é membro da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, de que tenhamos uma Semana, Ver. Luiz Braz, para que possamos ressaltar as boas iniciativas do Programa Saúde da Família no Município de Porto Alegre. Lamentavelmente, a realidade e o cotidiano que têm se apresentado vão na contramão desta proposta que o Ver. Dr. Raul quer trazer para a Cidade.

O que podemos verificar é que a situação, e não apenas da estrutura física dos PSFs da cidade de Porto Alegre, está deixando a desejar. A saúde funcional dos agentes comunitários da cidade de Porto Alegre, especificamente dos PSFs, também está deixando a desejar, pela instabilidade, pela forma como o Governo tem atuado em cima dessa questão, pois foi necessária a intervenção do Ministério Público para que, de fato, o Governo apresentasse uma proposta dando conta de mais de 400 trabalhadores na cidade de Porto Alegre que vivem numa insegurança total, desde o ano passado, quando o contrato com a Fundação foi, de uma certa forma, açodado, cortado. E, a partir dali, foi criado um convênio com uma nova instituição, o Instituto Sollus, uma instituição de São Paulo, criando uma total instabilidade na vida profissional de cada agente comunitário da cidade de Porto Alegre.

Portanto, este Projeto do Ver. Dr. Raul vem justamente trazer a necessidade de que possamos estar nos informando cada vez mais sobre a situação real dos postos de saúde, dos PSFs no Município de Porto Alegre. Nós tivemos a oportunidade - eu e a Presidenta da Comissão, a Verª Neuza Canabarro - de visitar, há uns 15 dias, vários postos de saúde do Município de Porto Alegre, mais precisamente dez unidades de PSFs da Zona Norte de Porto Alegre, e o que nós constatamos é que a questão da infra-estrutura está completamente precária. E pegamos apenas as unidades de saúde e os postos de saúde fornecidos numa relação pelo atual Secretário de Saúde como postos em condições, que foram há pouco tempo reformados, colocados à disposição da comunidade, com a melhor estrutura possível, diante dessa reforma que foi feita.

O que lamentavelmente nós verificamos foram condições inadequadas; embora tenham sofrido pequenas reformas nesses equipamentos, as condições são precárias e inadequadas. Eu imagino como era antes da tal reforma, Verª Neuza Canabarro! Se o que nós vimos, o que nós ouvimos, o que presenciamos nesses postos de saúde na visita que fizemos era estarrecedor, imagina como era antes da tal reforma apregoada pelo Secretário de Saúde no Município! Mais do que isso, além da questão da estrutura e da infra-estrutura, o que nos angustia é a falta de medicamentos, é a falta de profissionais na unidade de saúde, e há também questões primárias. Eu não atuo na Saúde, mas aprendi muito nesses três meses em que estamos na Comissão de Saúde. Por exemplo, há a ausência, num posto de saúde, num PSF da Região Norte da cidade de Porto Alegre, de um equipamento chamado autoclave. O que é isso? É um equipamento para esterilizar os equipamentos usados naquele posto. Imaginem a situação caótica em que se encontra a Saúde no Município de Porto Alegre! Imaginem, senhoras e senhores, a preocupação que esta Comissão está tendo em fazer um trabalho sério, em trazer as denúncias públicas, mas, sobretudo, em fiscalizar para, de fato, fazer uma intervenção correta nessa área, uma vez que a cidade de Porto Alegre está completamente abandonada na questão da Saúde Pública.

Para finalizar, quero dizer que não é possível simplesmente fazer Projetos, criar Semanas para se fazer homenagens, referências a um Programa de Saúde da Família, porque a realidade é bem outra. Mais do que isso: chegou a esta Casa um Projeto que dá conta dessa particularidade dos agentes comunitários dos PSFs, e a nossa Procuradoria já o apontou como inconstitucional. Portanto, temos muito a discutir e a falar sobre os PSFs da nossa Cidade. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Maria Celeste.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho aqui para discutir o Projeto do Ver. José Ismael Heinen. Eu acho que esse Vereador tem uns Projetos um tanto audaciosos, diferentes. Eu até protocolei este Projeto no ano passado, vi que realmente eu estava errado. Mas o Ver. José Ismael Heinen quer colocar o táxi a andar no corredor dos ônibus. Quero saber se o Vereador vai estar lá no corredor dos ônibus, fiscalizando, quando há aquele tumulto, aquele engarrafamento. O Vereador quer engarrafar mais o corredor, Ver. Sebenelo. Por quê? Por exemplo, no corredor da Farrapos, Ver. Todeschini, o senhor mesmo sabe, pois anda na Cidade, sabe que é um corredor de muito ônibus, de muita gente: imagine botar um táxi junto, lá no meio do engarrafamento. Mais ainda: quando pára no corredor, na parada do ônibus, ou o ônibus que vai parar para pegar os seus passageiros, aí, lá na ponta que estava andando, vem o táxi junto, chega ali, fica tudo junto e aí? Aí o Ver. Ismael acha que o táxi vai andar mais rápido. Não vai, só vai arrumar problema para os ônibus. Muitos problemas, Ver. Zé Valdir.

Na minha concepção, o Projeto do Ver. Ismael realmente não pode. Porque, veja bem, Ver. Todeschini, se fosse no corredor da 3ª Perimetral, tudo bem, porque é a 3ª Perimetral, passam-se minutos sem os ônibus andarem. Mas, agora, tu passas minutos sem que o ônibus ande! Mas agora tu botas no corredor da Av. Assis Brasil, botas no corredor da Av. Farrapos, botas no corredor da Av. Bento Gonçalves... E aí? Este Projeto do Ver. Ismael eu acho que não é bom, porque criar problemas para os passageiros de ônibus que estão na faixa de pedestres, vai criar problema para os ônibus; vai causar sérios problemas no corredor de ônibus este Projeto do Ver. Ismael Heinen.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para contribuir com o debate, Ver. Brasinha: o Projeto, inclusive, é inconstitucional, porque é um Projeto autorizativo. Isso o Município pode fazer, é ato de gestão. Então, dá uma idéia muito ruim, inclusive porque parece que o Município está omisso em relação aos problemas, e o Vereador quer fazer com que o Município faça algo que está deixando de fazer. Eu acho que não cabe, está equivocado, mais uma vez, o Ver. Ismael.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Concordo com V. Exª plenamente, Ver. Todeschini.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Alceu. Gostaria de cumprimentá-lo e concordar com Vossa Excelência. Este Projeto não contribui para qualificar o trânsito da Cidade. Ainda, se fosse para apresentar uma proposta para substituirmos os ônibus colocando trem de superfície, que é um Projeto para qualificar o sistema de transporte público, poderia contribuir para uma grande discussão, mas uma medida paliativa como essa só sinaliza que realmente não há estudos qualificados para o trânsito da Cidade. Muito obrigado.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

Eu estava analisando e fiquei sabendo de um caso que ocorreu na Av. Assis Brasil, Verª Neuza Canabarro, Ver. Beto Moesch, e era a hora de maior fluxo, de maior pico de passageiros. Imagina, Ver. Claudio Sebenelo, se um táxi estivesse vindo pelo corredor, chegasse a esse ponto, em que não tem lado nenhum para sair? E aí? E, se ele precisasse andar urgentemente no trânsito, não teria condições de ir na contramão, porque é proibido, não pode. E arriscaria causar um acidente! Eu quero dizer que não sou favorável ao Projeto do Ver. Ismael, porque vejo que a Cidade vai ficar mais tumultuada, mas, se fosse um projeto especial para a 3ª Perimetral, Ver. Beto Moesch, eu concordaria, porque ali, realmente, há espaço para andar, mas, na Cidade toda, colocar um táxi nos corredores não dá. Em São Paulo existe, mas lá há outro trânsito, em que todo mundo procura uma brecha para andar. Mais aqui em Porto Alegre ainda não há esse problema, não precisa disso, desde que todo mundo se comporte sério no trânsito.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.

Cumprida toda a pauta do dia, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)

 

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